Nova assembleia que decide sobre movimento foi agendada para dia 12.
Categoria rejeitou proposta apresentada pelo governo nesta semana.
Representantes dos professores da rede estadual, em greve há 58 dias,
realizaram reunião nesta quinta-feira (7) para analisar mais uma vez a
proposta do governo, já rejeitada em assembleia. A reunião foi feita no prédio da Assembleia Legislativa da Bahia, em Salvador, mas não gerou novidades.
O comando de greve agendou nova assembleia geral da categoria para a
terça-feira (12), às 9h, no mesmo local, com objetivo de decidir os
rumos do movimento. "Esperamos negociar, estamos dispostos, mas se o
governo insistir em não enviar proposta real, concreta, a greve pode
entrar pelo São João", diz o presidente do sindicato dos professores
(APLB), Rui Oliveira.
O Governo da Bahia diz que apresentou proposta consistente e aguarda
que os professores reavaliem a posição de não retornar as aulas. A
proposta prevê reajuste salarial de 22% para os profissionais que não
têm ensino superior. Outros professores teriam os 6,5% na Assembleia
Legislativa da Bahia, além de dois avanços, de 7 a 7,5%, nos meses de
novembro deste ano e abril de 2013, respectivamente. O total seria de
22% para os professores que estão em atividade. No entanto, para ter
direito ao aumento, os professores teriam que ter presença regular em
cursos de qualificação promovidos pelo governo.
"Ela vai atingir 90% a 100% de quem está na ativa. Não estamos falando
de provas, nós estamos falando de cursos de qualificação. Ninguém tem
que fazer prova, tem que estar presente no curso, se qualificou para
poder fazer jus a uma promoção", explica o governador Jaques Wagner.
O sindicato aponta, por outro lado, que a proposta não contempla os
professores aposentados, em licença médica e estágio probatório. Afirma
ainda que o governo estaria colocando cursos de qualificação no lugar da
prova de desempenho, avaliação feita todos os anos, que concede avanços
na carreira e aumento de salários a um número limitado de professores.
A categoria insiste na exigência do cumprimento do acordo de novembro
de 2011, indicando que o governo se comprometeu a dar a todos os
professores reajuste de 22,22%, estabelecido pelo Ministério da Educação
como piso nacional do magistério. "Entedemos que não é preciso ter esse
caráter [a promoção]. Que pode ser feito de forma automática, sem
curso, sem nenhuma restrição", opina Marlene Betros, vice-coordenadora
da APLB.
Wagner falou sobre a proposta em declaração feita na manhã de segunda-feira (4) em entrevista
à TV Bahia. Na ocasião, o governador disse que o reajuste seria em
outubro de 2012 e abril de 2013, mas o Governo do Estado enviou nota
oficial corrigindo a informação, substituindo o mês de outubro pelo mês
de novembro. O governador disse ainda que as propostas serão cumpridas
apenas após o retorno às salas de aula.
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