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Paulo Afonso, Bahia, Brazil
Eu sou um cara do bem. Tenho 32 anos, casado, hilário, pai de uma filha linda (Isabella) e trabalho como professor. Ademais, estou cursando o 6º período de Direito na UNEB - Campus VIII - Paulo Afonso, onde resido e trabalho. Atualmente, leciono no Colégio Estadual Carlina Barbosa de Deus.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

FALSA DEMOCRACIA

Por: Maria Ivete Silva
Como uma pessoa  “minimamente”  politizada, sempre promovi debates em sala de aula sobre o verdadeiro significado da palavra democracia, levando-se em conta  que habitamos um país cujo sistema de governo diz-se democrático. Na realidade, vemos que na prática temos uma ditadura revestida de democracia.
Segundo Marilena Chauí (1980), as determinações constitutivas do conceito de democracia são as ideias de conflito, abertura e rotatividade. O conflito, como já vimos em belas aulas de História, é o que enriquece a nossa História, onde aqueles que se destacam, nos são apresentados como mártires. Este (o conflito) não deve ser camuflado, pois é quase inevitável entre os poderes, a  partir das dificuldades na conquista dos seus direitos. Na ideia de abertura, Marilena Chauí destaca a necessidade da ampla extensão da educação, pois um povo instruído aumenta seu poder de reivindicação, além disso, na democracia, a cultura não é privilégio de alguns. A característica de rotatividade determina que “o poder na democracia não privilegia grupo ou classe , mas permite que todos os setores da sociedade sejam legitimamente representados, transitoriamente.
De acordo com as ideias de Marilena Chauí, percebo a greve da Rede Estadual de Ensino como algo inevitável, uma vez que nos sentimos lesados por um sistema de governo que se diz “democrático”, e suas ações simplesmente comprovam, na prática, o que sempre discutimos em nossas aulas sobre  a falsa democracia que a grande maioria dos “políticos” pregam em seus discursos de campanhas, principalmente utilizando a Educação como meta de seu governo. Aliás, quero deixar registrado aqui que, infelizmente, ainda não descobri um partido sequer que tenha priorizado a Educação, quando esteve no poder.
É verdade, pessoal, um dia nossa visão romântica cai por terra e percebemos que o “príncipe encantado” não passa de um sapo horroroso (com todo respeito ao mundo animal). E, como estamos numa época nada romântica, é bom evitarmos desilusões futuras.
As atitudes do governador têm prejudicado a todos (pais, alunos e professores), achando ele que alguém em sã consciência (com exceção dos alienados), vai acreditar que ele está preocupado com quem quer que seja. O que mais me deixa indignada é saber que o Judiciário está sempre lhe dando ganho de causa ou, no máximo, recusando-se a julgar.
Hoje, estou mais madura politicamente, pois tive a certeza de que não convém a nenhuma autoridade que a Educação tenha a qualidade necessária para formar cidadãos plenos, com plena consciência dos seus direitos, porque uma vez no poder, é típico do ser humano querer permanecer “até que a morte os separe”.
Neste artigo, gostaria de fazer um apelo aos pais e alunos sobre o apoio à nossa greve: juntem-se a nós, pois somente através de uma educação de qualidade será possível colher a longo prazo. Os frutos dessa semente serão para várias gerações, entraremos para a História como seres que não visam apenas interesses particulares, mas com imensa visão de coletividade.
 
Maria Ivete Silva é Pedagoga, Psicopedagoga, Professora da Rede Estadual de Ensino do Estado da Bahia, no Município de Paulo Afonso.

Matéria retirada do Blog VithaMulher

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